Defesa de tese – História e cultura de imagens de partículas elementares: condições de existência e circulação
Defesa de tese de doutorado – História e cultura de imagens de partículas elementares: condições de existência e circulação
Autor: Jonathan Thomas de Jesus Neto
Banca:
– Dr. Henrique César da Silva (Orientador – MEN/CED/PPGECT/UFSC)
– Dra. Andreia Guerra de Moraes (Examinadora externa – CEFET/RJ)
– Dra. Fernanda Ostermann (Examinadora externa – DFIS/IF/UFRGS)
– Dr. Juliano Camillo (Examinador – MEN/CED/PPGECT/UFSC)
– Dr. André Ary Leonel (Examinador suplente – MEN/CED/PPGECT/UFSC)
Data: 07/11/2019 – 09h00 Local: Auditório do PPGECT
Resumo:
Neste trabalho, foram analisadas as imagens de física de partículas, tomando-as, entre outros aspectos, como enunciados, produtos de práticas discursivas e não discursivas. O objetivo foi investigar como as partículas elementares se constituíram por meio de suas imagens desde o início do século XIX. Para isso, utilizaram-se as abordagens de Foucault e Courtine, compreendendo-as como parte de um dispositivo, considerando um conjunto de instituições, regras, práticas, ditos (vistos) e não-ditos (não-vistos). Abordagens que possibilitaram identificar regularidades inscritas na história, condições de existência de enunciados imagéticos e outros elementos que operam num espaço de memória das imagens. Buscaram-se em fontes históricas os elementos das práticas que envolveram a produção de imagens de partículas. Foram elencadas as condições de existência dessas imagens, percebendo-se que é necessário considerar muitos elementos do campo científico, mas também muitos elementos não científicos, de outros campos de saberes. Técnicas específicas, para produzir imagens de partículas, persistiram e coexistiram com os modos de observá-las, existiu uma cultura material que envolveu essas imagens e que podemos investigar. Em suma, para a emergência das imagens de partícula existiram regras anônimas e histórias que apareceram no período vitoriano, na observação da natureza, na história natural, na prática de fotografar, nos experimentos da câmara de nuvens, na emulsão fotográfica, nas práticas das microscopistas, na matematização estatística, nas equações, nos diagramas, nos gráficos, na criação de imagens computadorizadas geradas por dados experimentais. Por um lado, buscou-se fazer uma análise dos enunciados imagéticos de partículas elementares, investigando-se discursos que passaram por práticas de controles rígidas do campo científico da física. Por outro lado, investigaram-se as formulações discursivas que circulam no presente, examinando a intericonicidade das imagens, identificando as redes de memórias e conexões entre as imagens externas e internas, no campo da Física de Partículas e na sociedade. Foi identificada a predominância da memória clássica nas imagens em que rastros, trajetórias, feixes, linhas, círculos, esferas de partículas, aparecem constantemente, trazendo muito mais os aspectos corpusculares das partículas do que os ondulatórios imanentes do comportamento quântico. Outras formas de circulação exibem nuvens, membranas que estabelecem outra rede de memória, dessa vez em relações com o comportamento ondulatório das partículas. Analisam-se ainda os efeitos dos textos e legendas nos modos de observar essas imagens e a dispersão que as imagens podem apresentar na relação com outras memórias. Finalizou-se esse trabalho apontando perspectivas gerais para possíveis situações de ensino sobre física de partículas, em que sejam consideradas as relações de intericonicidade das imagens, evidenciando a opacidade das imagens. Para tanto, foi proposto que fossem criadas narrativas em situações de ensino nas quais se exibam as relações das formulações imagéticas com outras formulações.
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